quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cotações da soja experimentam novas máximas na Cbot mas realização de lucros devolvem os ganhos e mercado fecha de lado

A soja iniciou este mês experimentando novas máximas nas cotações de Chicago, contudo, vendas de fundos retiraram os ganhos do início do pregão, trazendo as cotações de volta ao nível do dia anterior.

O mercado continua seguindo de perto o comportamento dos mercados financeiros, com fundos de commodities detendo grande parte dos contratos em aberto (39,66%) e realizando posições de acordo com o comportamento do Dólar frente às demais moedas internacionais.

Nos fundamentos, as expectativas dos participantes se dividem. De um lado temos a forte demanda chinesa dando suporte às cotações. Do outro, a estimativa de um aumento de 18,7% na safra mundial pressionando.

Particularmente, acredito que as cotações continuarão seguindo de perto os mercados financeiros e que no primeiro sinal de problemas, o peso dessa super safra derrubará as cotações da soja.

Aumento das exportações de milho revigora a expectativa de melhora nas cotações

Inicio meus comentários de dezembro sobre o mercado de milho com boas expectativas aos produtores desse cereal. Isso porque desde outubro, enquanto observávamos uma forte queda nas cotações do milho no mercado interno, em Chicago as cotações caminharam no sentido contrário. Por outro lado, em outubro e novembro, o Real não manteve a mesma tendência de valorização observada no período anterior. Esses fatores juntos tem resultado em uma melhora da paridade de exportação, tornando o milho brasileiro mais competitivo no mercado internacional. Confirmação disso é o aumento das exportações em novembro, que registrou um volume de 1,08 milhão. Mesmo assim, as exportações precisam atingir a marca de 1,46 milhões de toneladas para que se confirme a estimativa da Conab de exportações de 8 milhões.

Voltando ao cenário internacional, a desvalorização do dolar e as chuvas sobre a região produtora norte americana ainda dão suporte às cotações na Cbot. A expectativa sobre o a demanda de milho para produção de etanol nos EUA também são otimistas e devem dar um bom suporte às cotações. Em 2010 o governo americano tomará sua decisão sobre o aumento do percentual de etanol na gasolina daquele país. A expectativa é que aumente de 10% para 15%.

Portanto, caros leitores, acredito que este seja o ponto de uma inversão de tendência. Mesmo considerando o elevado nível dos estoques atuais.